VIDA
Felicidade, eu pergunto: onde estás?
Felicidade diz-me: estou aqui!
Ponho-me atentamente a olhar os quatro cantos,
O silêncio cochichava em meus ouvidos: Não me abandone!
O verde tua beleza não deixava de exaltar,
Os pássaros, por motivo algum, deixavam de cantar.
Combalido coloquei-me de cabeça baixa a pensar,
Porque tão tarde eu percebi?
Felicidade eu clamo: perdoa-me!
Felicidade diz-me, abra teus olhos e veja!
Eis que não há barreiras que te impeça,
Eis que a vida não é só uma promessa,
O silêncio continuava: não me abandone!
Ousei responder: abraça-me, me segura em teus braços,
Não foi tarde o que se fez, o silêncio me dizia,
Felicidade insistia: abra teus olhos e veja! Eis que tem um caminho a trilhar.
Apresentei-me a vida,
Grata e leal diz-me ela sorridente: seja bem-vindo!
Deixei uma lágrima escoar o meu semblante,
O silêncio envolvia-me em teus braços,
A vida começou a chorar,
Vida, eu pergunto: por que choras?
Vida diz-me: feliz por ter me encontrado,
A vida apresenta-me ao tempo, gentil e sensato o recebi,
Diz-me o tempo: no momento certo agistes,
Se não abristes os teus olhos, a vida não teria encontrado,
Pois comigo eu a levava embora.