Amar é ser poeta

VIDA

VIDA

Felicidade, eu pergunto: onde estás?

Felicidade diz-me: estou aqui!

Ponho-me atentamente a olhar os quatro cantos,

O silêncio cochichava em meus ouvidos: Não me abandone!

O verde tua beleza não deixava de exaltar,

Os pássaros, por motivo algum, deixavam de cantar.

Combalido coloquei-me de cabeça baixa a pensar,

Porque tão tarde eu percebi?

Felicidade eu clamo: perdoa-me!

Felicidade diz-me, abra teus olhos e veja!

Eis que não há barreiras que te impeça,

Eis que a vida não é só uma promessa,

O silêncio continuava: não me abandone!

Ousei responder: abraça-me, me segura em teus braços,

Não foi tarde o que se fez, o silêncio me dizia,

Felicidade insistia: abra teus olhos e veja! Eis que tem um caminho a trilhar.

Apresentei-me a vida,

Grata e leal diz-me ela sorridente: seja bem-vindo!

Deixei uma lágrima escoar o meu semblante,

O silêncio envolvia-me em teus braços,

A vida começou a chorar,

Vida, eu pergunto: por que choras?

Vida diz-me: feliz por ter me encontrado,

A vida apresenta-me ao tempo, gentil e sensato o recebi,

Diz-me o tempo: no momento certo agistes,

Se não abristes os teus olhos, a vida não teria encontrado,

Pois comigo eu a levava embora.